quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Jovens viciados na Internet tendem a ser mais agressivos

Um estudo realizado em Taiwan revela que os jovens que apresentam sinais de vício em aceder à Internet tendem a ter comportamentos violentos e agressivos
Segundo a Reuters o estudo envolveu cerca de 9400 adolescentes e revelou que os jovens mais preocupados com o tempo que passam na Internet, são aqueles que admitem terem batido ou ameaçado alguém no ano passado.
No mesmo estudo os investigadores consideram que também os jovens com comportamentos depressivos ou que passam muito tempo em frente à televisão a assistir a conteúdos violentos, têm tendências de violência.
Citado pela agência noticiosa um dos investigadores defende ser possível que os jovens violentos sejam os que tenham uma utilização mais obsessiva da Internet.
Chih-Hung Ko alerta ainda para o papel dos pais, que devem ser mais atentos ao comportamento dos seus filhos quando estes estão a navegar on-line.
Para os investigadores, as principais provas de vício na Internet surgem quando os jovens estão vários dias sem aceder à Internet, e dizem respeito a um sentimento de irritabilidade ou a falta de interesse em actividades não relacionadas com a Rede.
O estudo revela ainda que dentro do grupo dos adolescentes viciados na Internet, os que têm comportamentos mais violentos e agressivos são os que passam grande parte do seu tempo em chats, sites de jogos, sites de pornografia e fóruns de discussão.
O autor do estudo acredita que este tipo de sites podem incentivar os jovens «a libertar a sua raiva» e seguirem comportamentos que normalmente não têm na vida real.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Professora agredida a murro por mãe de aluna de escola secundária na Figueira da Foz

18.02.2009 - 20h49 Lusa
Uma professora de História da Escola Secundária Bernardino Machado, na Figueira da Foz, foi alegadamente agredida a murro pela mãe de uma aluna do 11º ano, tendo apresentado queixa na PSP, disse hoje fonte policial."Foi uma agressão física sem arma. A senhora foi vista no centro de saúde e depois formalizou a queixa", disse fonte da PSP da Figueira da Foz. O caso aconteceu sexta-feira durante uma reunião na escola sobre o rendimento escolar da aluna, entre a mãe da rapariga - já identificada pelas autoridades -- e a docente, ambas com cerca de 40 anos. A fonte da PSP considerou estar-se perante uma "situação muito grave", dado o contexto em que a alegada agressão ocorreu. "Nem sequer necessita de queixa, segundo o Código Penal. É um crime público, porque há uma relação directa entre a função da docente e a agressão", explicou. O caso está entregue ao Ministério Público.

Região de Lisboa com mais inquéritos relacionados com violência escolar

23.02.2009 - 17h30 Lusa
Lisboa é a região do país onde se verificaram em 2008 mais inquéritos relacionados com casos de violência escolar, segundo dados da Procuradoria-Geral da República (PGR) hoje divulgados. Segundo uma nota da PGR, na Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa foram abertos em 2008 "cerca de 111 inquéritos" (investigações) relacionados com violência escolar.No Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa foram registados 15 casos relativos a crimes de "ofensas à integridade física contra professores e outros membros da comunidade escolar". Segundo a PGR, o DIAP do Porto tomou nota de 11 inquéritos "por ofensa à integridade física contra professores" e 21 participações por furto em "estabelecimento de ensino, com arrombamento, escalamento ou chaves falsas".Em 2008, o DIAP de Coimbra iniciou 12 inquéritos a crimes de "ofensas à integridade física contra professores e outros membros da comunidade escolar", enquanto o DIAP de Évora registou quatro inquéritos "por factos relativos a violência sobre professores ou alunos em ambiente escolar". A PGR salienta ainda que, relativamente a Évora, "dois inquéritos foram arquivados; num inquérito foi proferido despacho de acusação e outro inquérito encontra-se pendente".A mesma nota não inclui dados sobre o Algarve, os Açores e a Madeira. No final de Outubro de 2008, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) divulgou ter registado até então um total de 57 casos de violência relacionada com a comunidade escolar, tendo a maior incidência sido verificada no Círculo de Almada, com 21 casos.Contactada pela Lusa, fonte do Ministério da Educação (ME) afirmou que os dados do ME sobre este assunto, relativamente ao ano passado, "estão a ser consolidados". Sem comentar os números hoje adiantados pela PGR, também a PSP, responsável pelo programa Escola Segura, informa que o relatório sobre a actividade deste programa em 2007/08 "será tornado público em parceria com o Ministério da Educação".

Pais preocupados com dados do Ministério Público sobre violência escolar


23.02.2009 - 19h58 Lusa
As associações de pais de Lisboa consideram "preocupantes" os dados hoje divulgados pelo Ministério Público que demonstram que Lisboa é a região onde há mais inquéritos relacionados com casos de violência escolar: cerca de 111 em 2008. Isidoro Roque, presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP), considera "preocupante a quantidade de processos-crime relativos a violência em ambiente escolar", defendendo a urgência no combate à violência nas escolas."Problemas há muitos, mas poucas soluções", argumenta Isidoro Roque numa nota, alertando para a falta de medidas aplicadas nesta matéria. O presidente da Confederação das Associações de Pais (Confap), Albino Almeida, considera igualmente "inaceitável e lamentável" que estes problemas continuem a proliferar nas escolas."As escolas devem impor-se naquelas que são questões de comportamentos desviantes, combatendo-as através dor órgãos necessários", defendeu. Segundo Albino Almeida é necessário e urgente, no sentido de se resolver os problemas de indisciplina, analisar cada escola, porque cada caso é um caso, e auferir as condições reunidas para combater estas situaçõesJá a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) defende, em comunicado, a necessidade de serem criados gabinetes de apoio à integração dos alunos nas escolas, mais profissionais auxiliares para os estabelecimentos de ensino de maior risco, mas também o reforço do programa Escola Segura, da PSP.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


"Uma menina de 10 anos teve que receber tratamento depois de ter sido espancada. Agressão foi praticada na própria escola [Escola Básica Integrada do Monte da Caparica, em Almada] e os agressores apontados pela garota são quatro alunos, seus colegas. A GNR investiga o caso."
Jornal de Notícias, 8 de Fevereiro

"A PSP vai comunicar ao Ministério Público a agressão sofrida, esta terça-feira, por um professor de Inglês da Escola Básica 2-3 Dr. Francisco Sanches, de Braga, que ficou a sangrar abundantemente depois de esmurrado pelo tio de um aluno, disse à Lusa fonte da corporação."
Portugal Diário, 11 de Fevereiro

Estas são duas notícias recentes de agressões em escolas portuguesas. Em qualquer escola do mundo, pública ou privada, pode acontecer uma agressão. Mas o que está a acontecer em Portugal não é nada disso. À semelhança dos desastres de avião que frequentemente resultam não dum grande problema mas sim dum somatório de falhas que isoladamente não têm grande importância mas em conjunto desencadeiam a catástrofe, também uma leitura deste tipo de notícias permite concluir que algo de profundamente anormal está a acontecer nas escolas públicas, em Portugal.
Por exemplo, no caso da agressão à menina na Escola Básica Integrada do Monte da Caparica, em Almada, verifica-se que a aluna foi agredida dentro da escola, durante uma hora. Nem funcionários nem professores deram por isso. Uma hora é muito tempo. E cinco crianças, isto a contarmos apenas a agredida e os agressores, envolvidas numa cena destas fazem uma certa algazarra. Mas
admitamos que tal pode acontecer. Em seguida a criança agredida saiu da escola acompanhada por dois colegas, o que quer dizer que, pelo menos, entre os alunos já corria informação sobre a agressão. A menina tinha a roupa cheia de lama, sangue na boca e a cara esfolada. Mas saiu da escola, durante o período escolar, e repito: durante o período escolar, sem que qualquer funcionário ou professor considerasse que devia intervir. Ou teremos de admitir que uma criança neste estado consegue atravessar as instalações escolares e passar pela portaria sem que professores ou funcionários a vejam? É difícil entender que tal aconteça, mas admitamos que estava muito nevoeiro ou que estavam todos a contemplar o céu e logo também isto pode ser possível. Chegada a casa, a criança foi levada ao Hospital Garcia de Orta, cujo relatório citado pelo Jornal de Notícias diz o seguinte:
"Criança de 10 anos, sexo feminino, vítima de agressão física por parte de quatro colegas da escola, todos com 11 anos. Hematoma facial esquerdo, dor abdominal e dorsolombar difusa, escoriações em ambas as palmas das mãos e lombares".
Face a este relatório, a "GNR investiga o caso". Cabe agora perguntar o que faz a GNR no meio disto? Em relação aos agressores que nem sequer têm 12 anos não podem fazer nada. E sobretudo o que sucedeu naquela escola e está a suceder um pouco por todo o país é uma sequência de desresponsabilização por parte de professores e funcionários: não ver, não intervir, olhar para o outro lado tornaram-se a estratégia de sobrevivência numa escola sem autoridade nem prestígio. Na evidência dos hematomas ou das filmagens com telemóvel abre-se então um inquérito e apresentam-se queixas na polícia, como quem lava as mãos.
Passando para o caso da agressão a um professor numa escola de Braga, nota-se
exactamente o mesmo receio de intervir: um homem entra numa escola ameaçando bater num determinado professor. Não consegue e espera-o à saída
da escola, tendo concretizado a agressão à saída, perante várias testemunhas. Não conheço qualquer outro local de trabalho, além das escolas portuguesas, onde uma pessoa ameaçada saia do seu local de trabalho sem que alguns colegas o acompanhem.
É este espírito de medo, rebaixamento, falta de princípios e cobardia que se incute diariamente nas escolas aos nossos filhos? É. O vazio de autoridade nas escolas levou a isto: chama-se a polícia e abrem-se processos judiciais para tentar intervir em situações que um conselho directivo devia ter meios para resolver. Para cúmulo, deste ambiente perverso que levou à criminalização do quotidiano prometem-se agora câmaras de videovigilância para 1200 escolas. Alega o ministério que o Plano Tecnológico da Educação vai dotar as escolas de
computadores, quadros interactivos e videoprojectores por cuja segurança estas
câmaras irão zelar. Apanhando o comboio, muitas escolas esperam também que as câmaras dissuadam alguns actos de violência. Mas, como todas as semanas
notícias como estas confirmam, o problema não é não ver. É não querer ver. Ou
ter medo de ver. Quantos adultos viram aquela criança ser agredida na Escola
Básica Integrada do Monte da Caparica? Nenhum? E nenhum a viu sair da escola com lama e sangue na cara? Ninguém viu o agressor à espera do professor de Inglês à porta da Escola Básica 2-3 Dr. Francisco Sanches, de Braga? O que fez falta nestas escolas não foram câmaras de videovigilância. O que fez falta foi não ter medo de assumir responsabilidades.